O controle financeiro nas empresas não é uma tarefa muito simples de ser realizada. Afinal, saber lidar com as contas de um negócio e, principalmente, não misturá-las com as pessoais é uma tarefa que precisa ser aprendida e uma habilidade a ser desenvolvida.
Muitos gestores não conseguem ter essa visão e acabam fazendo do caixa da empresa uma extensão da sua carteira ou conta bancária. Isso pode gerar um problema sério de gestão, que pode arruinar a saúde financeira de um negócio.
O nosso objetivo com o artigo de hoje é mostrar a importância dessa separação, bem como as formas de se fazer isso. Acompanhe!
Qual importância da separação das despesas para o controle financeiro?
O controle financeiro de um negócio é realizado por meio da observação de suas entradas e saídas, ou seja, receitas, despesas e custos que ocorreram em um período, que, geralmente, é de um mês.
O gestor relaciona todos os gastos obtidos em um mês e, em seguida, analisa os pontos que podem ser cortados ou suprimidos, sempre com o objetivo de tornar a operação da empresa mais enxuta, no entanto, sem prejudicar o desenvolvimento das atividades.
Portanto, quando as contas da empresa estão misturadas com as pessoais, não há como fazer essa gestão e controle financeiro. Isso porque os relatórios de gastos estarão viciados, contendo despesas que não foram efetuadas pela empresa e, por consequência, não têm o menor vínculo com sua operação.
O resultado disso é muito simples de ser enxergado: o gestor nunca conseguirá ter uma clara visão dos gastos que podem prejudicar a sua lucratividade ou que estão sendo auferidos sem a real necessidade ou a correspondente contrapartida, seja na utilidade ou necessidade do negócio.
Além disso, essa prática prejudica o controle financeiro da companhia, deixando o seu negócio correndo risco de sofrer algum tipo de fraude ou, até mesmo, perder completamente a noção dos gastos, o que pode gerar um resultado ainda pior.
Como separar as finanças pessoais do sócio e da empresa?
Agora que você entendeu que a separação das finanças pessoais do sócio e da empresa é uma prática fundamental para garantir o controle financeiro de um negócio, vamos mostrar como você pode fazer isso. Continue lendo!
Definir retiradas mensais
O primeiro passo para evitar a confusão entre contas pessoais e da empresa é a definição de retiradas mensais. Isso porque, quando você tem um salário fixo, mesmo sendo o proprietário ou sócio de um negócio, é possível utilizar esse valor para custear as necessidades básicas pessoais e familiares.
Assim, você evita que tais despesas sejam arcadas com as contas ou o caixa da sua empresa, tendo em vista que terá um valor mensal para cobri-las. No entanto, é preciso ter atenção na hora de fixar esses valores.
É preciso ser coerente e lembrar que é necessário garantir a sobrevivência da empresa. Não adianta fixar uma retirada de um valor muito alto e deixar o caixa da empresa negativo ou contas sem pagar.
Abrir contas bancárias distintas
Outro detalhe importante é a abertura de contas distintas. Por menor que seja a sua empresa, utilizar a própria conta bancária para receber e pagar contas dela pode ser um desastre para a gestão financeira do negócio.
Além disso, isso mostra certa falta de profissionalismo. Os clientes verão a sua empresa como um negócio improvisado, ou, como é dito no jargão popular: “de fundos de quintal”. Tudo bem se ele realmente for, mas, quanto mais profissional sua empresa se tornar, melhor será a sua visão perante o mercado.
Ter um cartão corporativo
Um cartão corporativo é uma excelente opção para separar as despesas pessoais das empresariais, no entanto, é preciso cuidar para que ele não seja gasto com compras ou para pagar despesas dos sócios.
Caso isso ocorra, você incorrerá no mesmo erro que mencionamos até agora, apenas escondendo a origem do gasto e, portanto, poderá sofrer as consequências que mencionamos no início deste artigo.
Evitar levar despesas pessoais para a empresa
Essa dica pode parecer insignificante, mas, estar com contas a serem pagas no local de trabalho é um grande passo para que elas sejam quitadas com o dinheiro da empresa, principalmente se você perceber que o valor disponível não será suficiente.
Portanto, o ideal é que você sequer leve as contas para a sua empresa. Isso também contribui para que não acabe ocorrendo alguma confusão e os documentos pessoais, mesmo que pagos, sejam juntados aos da empresa e enviados à sua contabilidade.
Trabalhar a conscientização nos seus parceiros
Por fim, também é preciso trabalhar esse processo na mente dos seus parceiros ou sócios. Afinal, não adianta você ter essa consciência e as outras pessoas que fazem parte da sociedade simplesmente negligenciarem.
Você pode, por exemplo, mostrar os prejuízos gerenciais que a mistura e a confusão de contas pode causar à empresa, bem como ilustrar como é simples separar essas despesas utilizando algumas das estratégias que mostramos ao longo deste artigo.
Também é importante dar o exemplo, afinal, não adianta você conseguir convencer o seu sócio de que é importante a separação de contas se o próprio propagador da ideia não consegue segui-la.
Além disso, vale a pena lembrar que, quando as contas da empresa são misturadas com as pessoais em um nível muito alto, é possível sofrer problemas judiciais. A confusão patrimonial — termo jurídico que denota tal prática — é considerada um ato ilícito e pode, inclusive, acarretar no fechamento da empresa.
Portanto, podemos afirmar que a separação das contas pessoais e empresariais é uma prática que contribui não somente para o controle financeiro, gestão e administração de um negócio, mas também é determinante para a sua continuidade, dentro dos princípios determinados pela Legislação Cível.
Com essas dicas, você saberá como se organizar para que as contas pessoais não se misturem com as da empresa, garantindo um bom controle financeiro e um altíssimo nível de gestão, conquistando eficiência financeira e segurança para que o seu negócio possa operar com tranquilidade ao longo do tempo.
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